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Interacionismo simbólico (Joas 1999)

Interacionismo simbólico (Joas 1999)

JOAS, Hans. 1999. Interacionismo simbólico. In: Anthony Giddens; Jonathan Turner (orgs.). Teoria Social Hoje. (Trad. Gilson C. Cardoso de sousa) São Paulo: Editora Unesp, pp.127-74. [1987]

INTERACIONISMO SIMBÓLICO (estudo da interação simbolicamente mediada)

Num primeiro momento, definiremos o interacionismo simbólico tal como costuma ser entendido. O nome dessa linha de pesquisa sociológica e sociopsicológica foi cunhado em 1938 por Herbert Blumer […]. Seu enfoque são os processos de interação – ação social caracterizada por uma orientação imediatamente recíproca -, ao passo que o exame desses processos se baseia num conceito específico de interação que privilegia o caráter simbólico da ação social. O caso prototípico é o das relações sociais em que a ação não adota a forma de mera transferência de regras fixas em ações, mas em que as definições das relações são, recíproca e conjuntamente, propostas e estabelecidas. Assim, as relações sociais são vistas, não como algo estabelecido de uma vez por todas, mas como algo aberto e subordinado ao reconhecimento contínuo por parte dos membros da comunidade,. (Joas 1999:130)

MEAD (ator influenciado virtualmente pelo público)

Em situações sociais, o agente é, ele próprio, uma fonte de estímulo para seu parceiro. Ele deve então estar atento a seus modos de ação, uma vez que estes suscitam reações do parceiro e, por isso, tornam-se condições para a continuidade de suas próprias ações. Nesse tipo de situação, não apenas a consciência, mas também a autoconsciência são funcionalmente requeridas. Com essa análise da auto-reflexividade, Mead tentou reconstruir, pragmaticamente, a herança do idealismo alemão. […] [Mead] Sustenta que a transformação de fases de ação em signos gestuais capacita o ator a reagir às próprias ações e, portanto, a representar com elas as de outros; assim, suas ações são antecipadamente influenciadas pelas reações virtuais do público. O comportamento humano se volta para as reações possíveis dos outros: por meio de símbolos, são elaborados esquemas e expectativas mútuas de comportamento que, entretanto, continuam mergulhados no fluxo de interação, de verificação de antecipações. (Joas 1999:139)

MARXISMO e PRÁXIS

A grande tradição oposta à sociologia acadêmica, o marxismo, é incompreensível – pelo menos na sua origem – sem a sua fundamentação própria da teoria da ação, no conceito “expressionista” do trabalho segundo o qual este corporifica a força de trabalho e as habilidades do operário no produto de seu trabalho. Entretanto, muitos dos que contribuíram para o desenvolvimento dessa tradição enquanto teoria da sociedade e da história desprezaram esse fundamento do marxismo. Mal foram elaboradas as idéias de “práxis”, “atividade” ou “trabalho”, assim como sua relação com os problemas tratados pela teoria sociológica da ação. (Joas 1999:166)

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